ABRAPAM Presta Consultoria para o Jornal da Globo e Jornal Nacional Sobre Invasão do Complexo do Alemão

A polícia do Rio de Janeiro apresentou nesta terça-feira (30) passada armas e drogas apreendidas nas operações no Morro do Alemão. São metralhadoras, granadas e mais de 30 toneladas de maconha.

Foi preciso um galpão para colocar a apreensão histórica. As salas de polícia, onde normalmente as drogas são apresentadas, não teriam espaço suficiente. Os policiais apreenderam 33 toneladas de maconha, 235 quilos de cocaína, 27 quilos de crack, 1.406 frascos de lança-perfume: resultado de pouco mais de dois dias das tropas de segurança em uma área há décadas dominada pelo crime. E foi só o material recolhido até a manhã desta terça-feira (30).

Para se ter uma ideia do que isso representa: em 2009, foram apreendidas oito toneladas de maconha no estado do Rio. Em apenas 50 horas de operações somente no Alemão, a polícia apreendeu quatro vezes mais.

Bem ao lado da montanha de drogas está o arsenal de guerra do trafico. As apreensões dos últimos dias impressionam pela quantidade de armas, mas também pelo poder de destruição de algumas delas. Tem metralhadoras ponto trinta, capazes de perfurar blindados e derrubar helicópteros. Há também morteiros com alcance de 300 metros.

Estão nas mãos da polícia 135 fuzis, metralhadoras e carabinas, além de pistolas e uma grande quantidade de munição e explosivos, como granadas e bombas de fabricação caseira.

A polícia vai rastrear as armas apreendidas para tentar descobrir a origem de cada uma. A Secretaria de Segurança informou que algumas foram desviadas do Exército e serão devolvidas em, no máximo, seis meses.

As drogas têm destino certo e rápido. Seguem nesta quarta-feira (1) para Volta Redonda, no sul do estado, onde vão ser incineradas nos fornos da Companhia Siderúrgica Nacional. A pressa é por que seria necessário mobilizar muitos policiais para a segurança de tanta droga.

Outro número impressionante descoberto atrás das trincheiras do tráfico foi o de veículos. Nos dois dias de operação no Alemão, a polícia recuperou 320 motos e 30 carros, todos roubados e usados pelos bandidos. Os proprietários que forem identificados vão receber os veículos de volta. E o volume de apreensões deve aumentar.

A polícia continua vasculhando a comunidade, agora com a ajuda dos moradores. São eles que indicam onde estão as casas utilizadas pelos bandidos, os esconderijos atrás de paredes. Com o anonimato garantido, eles desenham até mapas mostrando para os policiais onde estão armas e drogas. “O interesse é deixar a comunidade livre desses maus elementos”, afirma um policial.

As quase 30 mil casas espalhadas pelas 19 favelas do Complexo do Alemão ainda podem esconder outros números impressionantes dessa agora ex-fortaleza do crime. “A gente sabe ainda de tudo que tem que ser feito naquele local. Agora, o que a gente tem certeza é que esse material todo que está aqui impunha uma ditadura de silêncio, impunha uma escravidão para 350 ou 400 mil pessoas. É isso que inicialmente se acaba, é isso que inicialmente se acabou, e é isso que não vai se permitir que continue fazendo”, afirma secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.

Fonte: TV GLOBO ( Jornal Nacional)

Veja o video :Jornal da Globo]