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TERRORISMO NA AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA: ESTAMOS PREPARADOS?

A aviação civil de passageiros sem duvidas na atualidade é um dos principais alvos de grande valor agregado para ataques terroristas e se combinarmos isso a um grande evento como as olimpíadas, teremos uma grande dor de cabeça e desafio para especialistas de segurança do setor. São bilhões de dólares e milhões de passageiros por ano.   São exatamente esses números que tornam um ataque tão impactante e devastador. O mundo ainda lembra de 2001, afinal assistimos ao vivo o que se tornou o maior ataque terrorista da historia.

Ataques ou atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 (às vezes, referido apenas como 11 de setembro) foram uma série de ataques suicidas contra os Estados Unidos coordenados pela organização fundamentalista islâmica al-Qaeda em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, dezenove terroristas seqüestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Os seqüestradores colidiram intencionalmente dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, matando todos a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram duas horas após os impactos, destruindo edifícios vizinhos e causando vários outros danos. O terceiro avião de passageiros colidiu contra o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no Condado de Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington, D.C. O quarto avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois de alguns de seus passageiros e tripulantes terem tentado retomar o controle da aeronave dos seqüestradores, que a tinham reencaminhado na direção da capital norte-americana. Não houve sobreviventes em qualquer um dos vôos.

Quase três mil pessoas morreram durante os ataques, incluindo os 227 civis e os 19 seqüestradores a bordo dos aviões. A esmagadora maioria das vítimas eram civis, incluindo cidadãos de mais de 70 países. Além disso, há pelo menos um óbito secundário – uma pessoa foi descartada da contagem por um médico legista, pois teria sido morto por uma doença pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.

Se lembramos de outros ataques como seqüestro do TWA 847 (efetuando a rota Cairo – Atenas – Roma – Londres, quando a aeronave foi seqüestrada no trecho Atenas – Roma no dia 14 de Junho de 1985 por militantes extremistas Libaneses.), que dentre varias outras modificações após o ataque tornou obrigatória uma inspeção minuciosa em todos os passageiros que entram o sala de embarque por pórticos magnéticos e de suas bagagens de mão em equipamento de Raio-X. Também foi criado o procedimento nomeado de “Conciliação Positiva de Passageiro e Bagagem” (Positive Passenger and Baggage Match), que estabelece o seguinte: somente são despachadas as bagagens dos passageiros que embarcaram na aeronave e que também esteja a bordo na decolagem.

Apesar de toda comoção especialistas em segurança do setor de  aviação civil c avaliam que após o 11 de setembro que não ocorreram grandes mudança na normas do setor, se compararmos com as mudanças após o seqüestro do vôo TWA 847.

Se o  Positive Passenger and Baggage Match tivesse sido executado no vôo 103 da Pan Am, cujo o ataque foi apelidado  de “O desastre de Lockerbie” o desastre teria sido evitado.  

Já em 2009 a tentativa de ataque contra aeronave da Delta Air Lines que realizava o vôo NW 253, ligando Amsterdã a Detroit, trouxe outro problema: a invasão de privacidade impostas aos passageiros provocadas por scanners que são capazes de ver por baixo das roupas, que de tão poderosos chegam amostrar as siluetas das genitálias das pessoas, mas pouquíssimos aeroportos do mundo implementaram essa maquina devido ao alto  preço de aquisição, manutenção e operação.

Já na seara das ameaças de bombas e explosivos existe um scanner engenhoso composto de tubos que sopram ar sobre o passageiro e avaliam as partículas para saber se o mesmo teve contato com algum tipo de substância matéria prima de explosivos. Já esta sendo usado em muitos aeroportos uma maquina com papel, mas voltada para a identificação de IEDs (dispositivo explosivo improvisado) ou seja, objetos deixados e sem dono identificado nos aeroportos, para saber se existem explosivos em seu conteúdo. Existem relatos que o scanner de partículas  teria detectado e impedido o embarque no vôo NW 253 do passageiro que levava uma bomba improvisada.

 

E O BRASIL?

Em 1996, no Fantástico, o repórter Eduardo Faustini montou uma bomba sem material explosivo, mas com um detonador eletrônico ativado e despachou a mala com essa cópia perfeita de uma bomba nos aeroportos do Rio, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Em todos eles, o repórter embarcou sem problemas.

Naépoca, o jornalista William Bonner entrevistou por telefone Adir da Silva, então presidente da Infraero, empresa do Governo Federal responsável pelos aeroportos mais importantes do país. “O senhor teria, para dar ao público brasileiro, que pretende viajar nos próximos meses, um prazo para que os aeroportos brasileiros tenham um sistema de segurança que o senhor considere eficiente?”, perguntou Bonner.

“Isso é uma questão de tempo, nós estamos comprando equipamentos. Qual a nossa tarefa atual? Nós estamos querendo passar todas as bagagens no raio X. Vamos fazer um tremendo investimento, estamos avançando”, afirmou Adir.

Umanos depois, em 1997, a jornalista Fátima Bernardes anunciava no Fantástico: “Decidimos refazer o teste e embarcar com uma bomba na bagagem, sem explosivo, com o único objetivo de avaliar a segurança desses aeroportos”.

Já em 2011 o repórter Eduardo Faustini passou por seis aeroportos internacionais. Todos pertencem a cidades que foram sede jogos da Copa do Mundo: Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Ele passou também pelo Santos Dumont, no Rio, e Congonhas, em São Paulo com uma réplica de aço de um fuzil AR-15, muito usado pelos traficantes no Rio de Janeiro e também pelas forças especiais dos Estados Unidos no Afeganistão.

Infelizmente, quando falamos de terrorismo o Brasil tem uma grande lacuna legal, vou dar um exemplo: diversas das ações do MST ou ataques de traficantes que colocam fogo em ônibus em varias cidades brasileiras com passageiros dentro em qualquer lugar do mundo que leve o terrorismo a serio são chamadas de ações terroristas no Brasil não passam de crimes comuns.

 

MEUS TESTES

A ABRAPAM é uma das empresas precursoras dos cursos de antiterrorismo no Brasil, nos orgulhamos de ser a empresa brasileira que mais treinou alunos brasileiros. Tivemos como alunos policiais federais, policiais de diversos estados, membros de unidades de operações especiais, guardas municipais, guardas portuários, multinacionais e milhares desses alunos atuaram na segurança da Copa de 2014. Sem falar das inúmeras assessorias para programas de TV e mídia especializada. Não é a toa que fomos à única empresa que realizou apresentações na LAAD 2015. Maior feira de segurança da America Latina.

Estamosas véspera de um outro grande evento, evento que fará os olhos do mundo se voltarem para o Brasil, mais especificamente para o Rio de Janeiro. Falo das Olimpíadas e é nesse cenário que   já iniciamos nossos trabalhos e realizamos muitos cursos, entretanto, para diversas instituições e agentes que iram trabalhar no evento.

Falando de antiterrorismo quero falar sobre os testes que realizei nos dois aeroportos do Rio de Janeiro. Em diversas viagens nacionais e internacionais embarquei com alguns ‘’ brinquedos’’ que seriam o suficientes para tomar um avião ou provocar um caos a bordo.

Por diversas vezes embarquei com canetas de metal que poderiam receber em seus interiores laminas ou preparo para dispararem munições de 22 por exemplo. Embarquei também com cintos facas, que são cintos que tem por trás de suas fivelas facas extremamente cortantes. Em uma das viagens após entrar na sala de embarque fui ao banheiro troquei de cinto e voltei ate ao pessoal que faz o controle de acesso do salão, pedir para falar com o supervisor e perguntei se ele já tinha ouvido falar que existe esse tipo de cinto? Lógico que antes falei que era consultor de segurança e que me interessava pelo campo de segurança da aviação civil. Para minha surpresa ele desconhecia, mostrei uma foto no Iphone e ele ficou surpreso novamente, mas voltou ao trabalho como se a conversa não tivesse existido.

Sobrea segurança nos aeroportos brasileiros ainda temos muito que evoluir, a situação do cinto seria facilmente detectada na França, por exemplo, em uma de minhas idas a Paris, percebi que os franceses são mais minuciosos nesses detalhes. Somente resta saber se os funcionários das companhias aéreas estão nos mesmo padrões de treinamentos das empresas que prestam serviços nos aeroportos. Esperamos que não, ou vamos continuar somente contando com a sorte. Afinal como dizem Deus é brasileiro.